sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

A manifestação acabada da misericórdia do Pai.



Frei Almir Guimarães. 

Nós, discípulos de Cristo vivo e ressuscitado, presente nas esquinas de nossas existências e nos albergues onde costumamos nos recolher, experimentamos alegria em refletir sobre a bondade do Senhor que é manifestação da misericórdia do Pai. Esta aparece de modo eloquente no Coração aberto do Redentor. Cada primeira sexta-feira é instante de agradecimento e meditação.

O Papa Francisco, propondo o ano da misericórdia, escreve: “A misericórdia de Deus é a sua responsabilidade por nós. Ele sente-se responsável, isto é, deseja o nosso bem e quer ver-nos felizes, cheios de alegria e serenos. E, em sintonia com isto, se deve orientar o amor misericordioso dos cristãos. Tal como ama o Pai, assim também amam os filhos. Tal como ele é misericordioso, assim somos chamados também nós a ser misericordiosos uns para com os outros” (Misericordiae vultus, n.9). Ora, Jesus é a manifestação acabada da misericórdia do Pai.

Nunca refletiremos o suficiente sobre os instantes finais da vida de Cristo onde tudo é misericórdia. Sirvam as palavras de João Crisóstomo de matéria para nossa meditação: “A paz do céu é entregue pelo beijo de um traidor, prende-se aquele que rege o universo, algema-se o elo de toda a criação, arrasta-se aquele que atrai o mundo inteiro, a verdade é acusada pela mentira, faz-se comparecer a juízo aquele diante de quem todas as coisas se curvam. Os judeus o entregam aos pagãos, os pagãos o devolvem aos judeus; Pilatos o envia a Herodes, Herodes o devolve a Pilatos. A piedade torna-se comércio de impiedade, a santidade é objeto de negócio cruel. A bondade é flagelada, o perdão condenado, a majestade escarnecida, a virtude ridicularizada. Sobre o dispensador das chuvas, 
chovem os escarros. 

Pregos de ferro cravam aquele que estende os céus. Aquele que dá o mel é alimentado pelo fel; o que faz correr as fontes é saciado pelo vinagre e, ao se esgotarem todas as penas, a morte se afasta, a morte tarda, por compreender que ai nada há para ela” (Lecionário Monástico II, p. 486).

Sobre o dispensador das chuvas, chovem os escarros…

Fonte: http://www.franciscanos.org.br

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