segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Artigo - Centralidade da experiência da fé.



Por Frei Almir Guimarães

Na Regra não bulada, São Francisco retoma as primeiras palavras da pregação de Jesus: “Convertei-vos e crede na Boa Nova”  (Mc 1,15).  Assim se exprime ele: “Perseveremos todos na verdadeira fé e penitência, porque de outra maneira ninguém pode salvar-se” (RNB 23,7). A verdadeira fé leva à Boa Nova.  Fé não se separa de transformação do coração.

O que é essa Boa Nova senão a assombrosa revelação do  Deus amor, altíssimo, transcendente, ao mesmo tempo humilde e “muito  baixo”, abrindo o acesso à plenitude de sua vida e a felicidade ao homem  criado à sua imagem. Francisco proclama a Boa Nova numa confissão  de fé formulada em linguagem de louvor e de lirismo  (todo o capitulo 23 da RNB). Nunca nos cansamos de ler estas páginas de agradecimento e êxtase.

Tal confissão de fé deixa entrever Deus em  sua comunhão trinitária e em suas intervenções no mundo, assim como a incomparável dignidade  da frágil e miserável criatura que é o homem. A experiência da fé, denominada por vezes pelo termo ambíguo de “dimensão contemplativa”, consiste na incessante descoberta desta dupla realidade, Deus e o homem, do vínculo  indissolúvel  entre os dois e do caminho  pelo qual o homem deve comprometer-se pela conversão.

Fé e conversão… Trata-se de uma “descoberta” porque estas realidades não constituem objeto de uma descoberta imediata, empírica.  Precisa ser buscada, porque não se deixa “agarrar”. Será preciso viver uma tal descoberta, em todo lugar, sempre. No cotidiano, partindo sempre dos gestos mais humildes  até as atividades mais elevadas.

Desejar o espírito do Senhor,  deixar lugar para sua ação em nós, orar com um coração puro, ter humildade e paciência nas contrariedades  da vida, amar o inimigo  que não nos ama ( cf. Regra Bulada  10).  É desta forma que se tem o coração voltado para o Senhor,  tarefa primeira que  nos é imposta. Nossa prioridade é crer na Boa Nova, converter-nos em verdadeiros fiéis, o que não realiza uma vez por todas. Estaremos sempre dispostos a tudo recomeçar.

“Conversão e fé participam de um único e mesmo empreendimento.  Converter-se, mudar a orientação da vida, é ter bastante fé para  renunciar a se considerar como centro absoluto e autossuficiente. É apostar nossa vida,  nosso futuro, a busca  da felicidade em Jesus  que nos chama a segui-lo.  Imensa empreitada para o homem!  Converter-se não significa em primeiro lugar passar do vício para a virtude,  mas viver uma mudança radical:  aceitar de não querer fazer a vida por conta própria,  com manifestações de teimosia, mas acolher em Jesus a iniciativa de Deus, a gratuidade de seu amor, de seu chamado e de seus dons. O prioritário não é o homem,  mas o Amor de Deus.

Fonte: http://www.franciscanos.org.br/?p=124096

Santa franciscana do dia - 30/01 - Santa Jacinta de Marescotti


Religiosa da Terceira Ordem Regular (1585 – 1640). Canonizada por Pio VII no dia 24 de maio de 1807. 

Jacinta era uma das filhas da nobre família do príncipe Marco Antonio Marescotti e estava ligada, por parentesco, com os príncipes Orsini. Esses nobres, da alta aristocracia romana, possuíam fortes vínculos com a Igreja Católica e a educação cristã era a mais preciosa herança a ser deixada aos filhos. E, com certeza, foi para Jacinta e seus irmãos.

Jacinta foi batizada com o nome de Clarice, nasceu em Viterbo, perto de Roma, em 1585. Recebeu uma educação refinada, digna da nobreza, como todos os irmãos. Ainda menina, foi entregue pelos pais a religiosas franciscanas, onde sua irmã mais velha, Inocência, seguia a vida religiosa com o fervor de uma santa. Os pais desejavam que Jacinta tivesse esse mesmo futuro. Mas, ela não demonstrava o mesmo desejo.

Muito bonita, culta e independente, Jacinta levava uma vida fútil, cheia de luxo e vaidades. Sonhava com um matrimonio e não com a vida religiosa. Sua primeira decepção foi quando sua irmã mais nova se casou com um marquês, que ela pretendia conquistar. Logo depois, outro casamento não se realizou. Depois disso, Jacinta assumiu uma atitude mais altiva, insuportável e fútil, frequentando todas as diversões que a alta sociedade oferecia. Nessa ocasião, seu pai a enviou para o convento das Irmãs da Ordem Franciscana Secular, junto de sua irmã Inocência, em Viterbo.

Embora à contra gosto, vestiu o hábito, trocou o nome de Clarice por Jacinta, iniciando sua experiência religiosa. Infelizmente levou para o convento muitas de suas vaidades e durante dez anos não deu bom exemplo às suas irmãs de hábito. Não respeitou o voto de pobreza, vivendo num quarto decorado com luxo e usando roupas de seda. Mas Deus havia reservado o momento certo para a conversão definitiva de Jacinta.

A notícia do assassinato de seu pai foi o início da sua transformação interior, começando a questionar o valor dos títulos de nobreza e da riqueza. Depois, adoecendo gravemente, o capelão do convento não atendeu seu pedido de confissão, se recusando entrar no seu quarto luxuoso. Percebendo o escândalo que causara durante tantos anos, Jacinta sinceramente se arrepende pedindo perdão a toda a comunidade, publicamente. Nesse momento se converteu verdadeiramente, passando a partir daí a ser exemplo heroico de mortificação e pobreza, atingindo os cumes da mais alta santidade.

Mesmo contra sua vontade foi eleita mais tarde mestra das noviças e superiora do convento. Suas prolongadas orações e severas penitências eram em favor dos pecadores. Com sua orientação muitos, depois de convertidos, chegaram a fundar instituições religiosas, asilos e orfanatos. Faleceu em 30 de janeiro de 1640 e foi enterrada na igreja do convento onde se converteu, em Viterbo. Foi declarada Santa pelo papa Pio VII em 1807.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

domingo, 29 de janeiro de 2017

Franciscana do dia - 29/01 - Bem-aventurada Ludovica Albertoni


Viúva da Terceira Ordem (1473-1533). Clemente X aprovou seu culto no dia 28 de janeiro de 1671. 

Nasceu em Roma de família nobre em 1473. Aos dois anos morreu seu pai e, ao casar-se novamente sua mãe, ela foi encomendada às tias paternas e à avó materna. Aos vinte anos se casou e teve três filhas. Suas características foram a fidelidade aos próprios deveres e o amor para com os pobres. Amou a seu esposo com santo afeto. Se dedicou à educação de suas filhas dirigindo sua oração e suas leituras.

Quando tinha trinta e três anos ficou viúva, duro golpe que finalmente soube aceitar com resignação. À morte de seu esposo se suscitaram problemas de herança que lhe causaram vexações de parte dos parentes. Viveu todo o drama do saque de Roma e se prodigalizou a favor dos necessitados. Dedicava parte da noite ao descanso, o resto à penitência.

Apenas repetia: «Como é possível viver sem sofrer, quando se contempla a nosso Deus pregado numa Cruz?». Pela manhã participava na eucaristia e recebia devotamente a comunhão. Logo distribuía o tempo do dia entre os trabalhos de casa e a assistência aos pobres e enfermos, a quem visitava em casa ou nos hospitais.

Dedicava todos seus cuidados às jovens abandonadas ou em perigo. Dizia para si: «Deus nos deu os bens da terra para que os compartilhemos com os que os necessitam». Distribuiu todos seus bens entre os pobres e passou os últimos anos de sua vida na maior pobreza. Morreu em 31 de Janeiro de 1533 aos 60 anos de idade. Toda a Roma chorou sua morte, julgando-a como a perda da mãe de todos. Seu corpo se venera na igreja de São Francisco a Ripa, em Roma.


Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

sábado, 28 de janeiro de 2017

Santo franciscano do dia - 28/01 - São João Kisaka ou Kinoia



Mártir japonês, da Terceira Ordem. Canonizado por Pio IX no dia 8 de junho de 1862. 


Nasceu em Meaco, no Japão, em data não identificada por nós. Viveu sua infância observando e admirando o trabalho de assistência ao físico e espiritual praticado pelos Franciscanos. Casou-se e teve um filho. Mais tarde pede para fazer parte da Ordem Terceira e é aceito. 

Pediu para ser enfermeiro e assim prestar todo tipo de assistência aos doentes que eram acolhidos nos hospitais pelos Franciscanos. Era um enfermeiro dedicado, atencioso e solícito, não apenas na cura dos males físicos, mas também dos espirituais. Aos enfermos que não tinham mais esperança e também aos terminais sempre teve uma palavra para restaurar a esperança e de conforto.
Consegue convencer seu filho a se converter. Quando o governo inicia a perseguição aos Franciscanos e determina a prisão de todos, também é preso por ser um colaborador e como todos tem a sua orelha esquerda amputada, é colocado em cortejo aberto até a chegada a Nagasaki.

Faleceram, crucificados, em 08 de dezembro de 1596, em Nagasaki, Japão. Seu corpo foi transpassado por duas lanças para garantir a morte. Foi Canonizado pelo Papa Pio IX, em 08 de junho de 1862.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Santa Franciscana do dia - 27/01 - Santa Ângela de Mérici


Virgem da Ordem Terceira (1470-1540) 
Fundadora das Congregação das Irmãs de Santa Úrsula. Canonizada por Pio VII no dia 24 de maio de 1807


A glória de Santa Ângela de Merici está ligada à difusão da Congregação das Ursulinas com suas escolas para a juventude feminina espalhadas em todo o mundo. Nascida em 1474, em Desenzano, Garda, recebeu uma profunda formação religiosa. Passou sua infância trabalhando em casa. Com a morte de seus pais, aos quinze anos, foi acolhida junto com sua irmã na casa de um tio. Através de lutas e dolorosas provas, encontrou-se com Deus, recebendo grande consolo. Foi admitida na Terceira Ordem Franciscana no convento de Garda, tendo este programa: Renúncia a tudo para alcançar e possuir somente a Deus, Sumo e Eterno Bem; considerar-se nada para encontrar-se todo em Deus. Dedicou sua vida à piedade, às santas leituras, meditações e às obras de misericórdia.

Ângela pensou em melhorar a sociedade de seu tempo, atuando na família, na formação religiosa das mulheres cristãs. Depois de haver consagrado sua virgindade a Deus, buscou seu verdadeiro caminho. Realizou peregrinações por toda a Itália. Esteve na Terra Santa e no regresso teve uma aparição: viu uma longa escada que chegava aos céus sendo percorrida por muitas meninas, e uma voz a convidava para fundar uma comunidade religiosa. Ela se lembrou da célebre obra de Santa Úrsula, que foi martirizada pelos Hunos juntamente com onze moças. Tudo isso foram motivos para que Ângela iniciasse a nova instituição colocando o nome de Santa Úrsula.

Em 1525, foi à Roma para ganhar indulgência do jubileu e nessa ocasião teve a graça de contar ao Papa Clemente VII seu programa religioso e social para a instituição. O Papa a animou e abençoou seus propósitos. Ângela, junto com Catarina Patengla, mudou-se para Bréscia, onde pôde realizar o seu ideal. As ursulinas difundiram-se rapidamente. A regra de vida era moderna, ajustada às necessidades da sociedade de seu tempo. Viviam no mundo e não tinham nenhum sinal que as distinguisse das demais; observavam a pobreza e se ocupavam com jovens formandas. No mundo devastado pelos maus costumes, com a pureza de suas vidas, salvaram muitas jovens.

A morte de Ângela de Merici se deu no dia 27 de janeiro de 1540, tendo 66 anos de idade. Às ursulinas, ela deixou seu testamento espiritual com os primeiros esboços da Regra, que constituíram a herança da Santa.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Santo franciscano do dia - 26/01 - São Gabriel de Duisco


Mártir japonês da Terceira Ordem (1578-1597). Foi canonizado por Pio IX em 8 de junho de 1862. 


Gabriel, jovem criado do governador de Meaco veio de uma nobre e antiga família japonesa. Gentil no trato e no caráter, sua personalidade agradou a muitos.

Era amigo dos franciscanos de Meaco, sempre conversava com eles quando vinha à corte do governador. Iluminado pela graça de Deus, pediu o batismo e decidiu tornar-se franciscano da Ordem Terceira. Quis consagrar sua vida para o bem dos irmãos e foi acolhido no convento para iniciar os estudos e preparar-se para a vida franciscana e o sacerdócio.

Muitos amigos, instigados pelos budistas iam ao convento para persuadi-lo a voltar para casa. Seus pais também ficaram irritadíssimos com a sua decisão e quiseram trazê-lo à força para a casa. Gabriel, ajoelhado aos seus pés, implorou que o deixassem em paz. Eles foram exortados por ele a abraçar a religião católica. Sua mãe lhe dizia: “Filho, não compreendo o seu erro. Que pode conseguir, com esses estrangeiros tão pobres que para sobreviverem devem pedir esmolas?” Gabriel contestou: “Mãe, sigo esses pobres, porque eles seguem a Jesus Cristo. Eles têm indicado o caminho verdadeiro aos filhos das trevas. Eu desejo seguir o caminho deles para alcançar os bens eternos e peço-lhe, me deixe em paz; não poderás me convencer nem com promessas, nem com ameaças e nem mesmo com a morte!”

Essas palavras comoveram muito a seus pais, que o abraçaram ternamente. Gabriel ficou três anos no convento de Meaco. Com a idade de dezenove anos sua fronte foi coroada com a auréola dos mártires, na colina de Nagasaki, em 5 de fevereiro de 1597.


Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Papa na audiência: "Confiar em Deus; Ele sabe o que é melhor para nós".


Papa na audiência: "Confiar em Deus; Ele sabe o que é melhor para nós".

Cidade do Vaticano (RV) – Cerca de 7 mil pessoas participaram do encontro semanal com o Papa nesta quarta-feira (25/01) na Sala Paulo VI.

Após saudar os participantes, Francisco deu início à audiência com uma catequese sobre Judite, a grande heroína de Israel que encorajou os chefes e o povo de Betúlia a esperarem incondicionalmente no Senhor e assim fazendo, libertou a cidade da morte.

A narração conta que o exército de Nabucodonosor, comandado pelo general Holofernes, assediou Betúlia cortando o fornecimento de água e enfraquecendo assim a resistência da população. A situação ficou dramática ao ponto que os moradores pedem aos anciãos que se rendam aos inimigos. O fim é inevitável, a capacidade de confiar em Deus exaurida, e para fugir da morte, não resta que se entregar.

O Pontífice continuou o relato:
“Diante de tanto desespero, os chefes do povo propõem-lhe esperar ainda cinco dias, para ver se Deus os socorreria. É aqui que entra Judite: ‘Agora, colocais o Senhor todo-poderoso à prova! Mesmo que Ele não queira enviar-nos auxílio durante estes cinco dias, tem poder para nos proteger dos nossos inimigos, em qualquer outro momento que seja do seu agrado. Esperemos pela sua libertação!’”

Francisco ressaltou a figura de Judite naquela situação e revelou aos presentes:
“Esta mulher, viúva, arrisca até fazer um papelão diante dos outros... mas é corajosa, vai adiante. Esta é uma minha opinião pessoal: as mulheres são mais corajosas que os homens”.

Com a força de um profeta, aquela mulher convida a sua gente a manter viva a esperança no Senhor. E aquela esperança foi premiada: Deus salvou Betúlia pela mão de Judite. A este ponto, o Papa refletiu e pediu aos fiéis:
“Com ela, aprendamos a não impor condições a Deus. Confiar Nele significa entrar nos seus desígnios sem nada pretender, aceitando inclusivamente que a sua salvação e o seu auxílio nos cheguem de modo diferente de nossas expetativas. Nós pedimos ao Senhor vida, saúde, amizade, felicidade… E é justo que o façamos; mas na certeza que Deus sabe tirar vida até da morte, que se pode sentir paz mesmo na doença, serenidade mesmo na solidão e felicidade mesmo no pranto. Não podemos ensinar a Deus aquilo que Ele deve fazer, nem aquilo de que temos necessidade. Ele sabe isso melhor do que nós; devemos confiar, porque os seus caminhos e os seus pensamentos são diferentes dos nossos.  

E outra vez, antes de concluir, o Papa mencionou o papel das mulheres e avós:
“Quantas vezes ouvimos palavras corajosas de mulheres humildes... que pensamos, sem desprezá-las, que são ignorantes... mas são as palavras da sabedoria de Deus, as palavras das avós que tantas vezes sabem dizer a coisa certa... palavras de esperança. Elas têm experiência de vida, sofreram tanto. Confiaram em Deus, que lhes deu este dom”.

“Esta é a oração da sabedoria, da confiança e da esperança”, terminou o Papa, concedendo em seguida a bênção apostólica.

Fonte: http://br.radiovaticana.va/


Santo franciscano do dia - 25/01 - São Paulo Ibaraki




Mártir japonês da Terceira Ordem (+1597). Canonizado por Pio IX em 8 de junho de 1862. 


Os missionários franciscanos na efervescência do cristianismo no Japão, difundiram amplamente a Terceira Ordem para melhor formar os colaboradores em seu apostolado. Muitos terciários prestaram generosamente sua colaboração como catequistas, enfermeiros, mestres nas escolas, colaboradores na evangelização.

Deus abençoou esses bravos ajudantes com muitas conversões dos pagãos. Quando aconteceu a perseguição contra os cristãos, eram 170 na Ordem Terceira. Eles declararam veementemente: “Somos todos cristãos, discípulos dos missionários franciscanos; com eles temos aprendido a fé em Cristo e com eles queremos morrer!” Os oficiais do império se limitaram a capturar doze terciários de Meaco, três de Osaka e logo em seguida se uniram a outros dois.

Assim, foram dezessete terciários que derramaram seu sangue pela causa de Cristo, entre eles estava Paulo Ibaraki, nascido no reino japonês e convertido ao cristianismo por São Leão Karasuma. Ele desenvolveu grande parte de suas atividades na região de Meaco, colaborando com os franciscanos na difusão do catolicismo, na assistência aos enfermos, como enfermeiro. Submeteu seu corpo a severas penitências. Em 1596, após um período de tolerância religiosa, Taicosama, imperador, ordenou que fossem presos os franciscanos e seus colaboradores.

Também Paulo foi capturado e condenado à morte. A sentença devia ser cumprida em Nagasaki, mas antes, porém, com seus irmãos, foi submetido a duras provas. Sua orelha esquerda foi cortada, exposto ao desprezo da população e depois conduzido pelas ruas da cidade. Morreu crucificado em 5 de fevereiro de 1597. Os enfermeiros dos hospitais e das clínicas deviam ver em São Paulo Ibaraki seu patrono e protetor na assistência aos enfermos para exercer com amor a profissão e missão junto aos doentes de corpo de alma.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Franciscana do dia - 24/01 - Bem-aventurada Paula Gambara Costa


Viúva da Terceira Ordem (1473-1515). Seu culto foi aprovado por Gregório IX em 14 de agosto de 1845. 

Paula nasceu em Bréscia, em 5 de maio de 1473, filha de nobre família cristã. Por ocasião do seu nascimento, a família dividiu bens com famílias pobres e instituições beneficentes. Ela recebeu uma boa educação e foi orientada espiritualmente pelo franciscano Andrés de Quinzano. Casou-se em 1485 com o conde Ludovico Antonio Costa, e foram viver em Bene Vagienna.

Entre os anos de 1493 a 1503 houve uma grande fome no país, o que lhe deu ocasião de exercitar a generosidade com os mais necessitados, que vinham à sua porta. Em 1488, nasceu o filho, a quem deu o nome de João Francisco.

 Os primeiros anos de matrimônio tinham transcorridos sem problemas sérios. Mas, logo o conde começou a manifestar a soberba, avareza, a dureza de coração e a inclinação aos vícios. Levou à sua casa a amante, que ficou ali durante doze anos. Paula esteve como prisioneira, e muitas vezes era maltratada com bofetadas e pontapés pelo seu marido.

Em 1504, a amante ficou enferma e foi abandonada. Paula dedicou-se a ela, cuidou caridosamente e a preparou para morrer com Deus. Finalmente, o conde se converteu e lhe permitiu levar externamente o hábito franciscano. Ela, educou o filho, assistiu aos pobres e enfermos. Pela sua caridade, foi premiada com muitos prodígios. Morreu em 24 de janeiro de 1515, com a idade de 42 anos.


Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Santo franciscano do dia - 23/01 - São Gonçalo Garcia



Mártir no Japão, religioso da Primeira Ordem (1557-1597). Canonizado por Pio IX em 8 de junho de 1862. 


Gonçalo Garcia nasceu em Bazain (Índia Oriental) de pai português e mãe indiana. Fez seus estudos no Colégio dos jesuítas de sua cidade e aos vinte e cinco anos mudou-se para o Japão, na intenção de dedicar-se ao comércio.

Chegando ali, mudou de ideia, tornando-se catequista, para ajudar os padres jesuítas, serviço esse que prestou durante dez anos, no qual houve muitas conversões. Em seguida viajou para as Filipinas e ali motivado pela vida pobre e penitente dos franciscanos, pediu para ser aceito na Ordem dos Frades Menores como irmão religioso.
Neste mesmo lugar foi designado para ser o companheiro e intérprete do Comissário São Pedro Batista, quando este viajou para o Japão. Os cristãos que haviam conhecido Gonçalo antes de ingressar na Ordem, o acolheram com muita alegria o que facilitou seu trabalho nas diversas obras missionárias.

Um decreto de prisão contra os franciscanos, expedido pelo Imperador Taicosama na noite de 8 de dezembro de 1596, abriu também para Gonçalo o caminho do martírio. Detido com seus co-irmãos e levado a Meaco, cortaram-lhe a orelha esquerda, e em seguida, colocado em um carro junto com seus companheiros percorreu toda a cidade e várias regiões até chegar a Nagasaki. Ali, na colina dos mártires, foi crucificado, tendo suas costas transpassadas por duas lanças cruzadas, que atingiram seu coração. Tinha então, 40 anos de idade.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Santo franciscano do dia - 22/01 - São Vicente Pallotti


Sacerdote da Terceira Ordem (1795-1850). 
Fundou a Congregação dos Padres Palotinos e das Irmãs Palotinas


Vicente Pallotti nasceu em Roma , dia 21 de abril de 1795, numa família de classe média. Com sua mãe aprendeu a amar os irmãos mais pobres, crescendo generoso e bondoso. Enquanto nos estudos mostrava grande esforço e dedicação, nas orações mostrava devoção extremada ao Espírito Santo. Passava as férias no campo, na casa do tio, onde distribuía aos empregados os doces que recebia, gesto que o pai lhe ensinara: nenhum pobre saía de sua mercearia de mãos vazias.

Às vezes sua generosidade preocupava, pois geralmente no inverno, voltava para casa sem os sapatos e o casaco. Pallotti admirava Francisco de Assis, pensou em ser capuchinho, mas não foi possível devido sua frágil saúde. Em 1818, se consagrou sacerdote pela diocese de Roma, onde ocupou cargos importantes na hierarquia da Igreja. Muito culto obteve o doutorado em Filosofia e Teologia.

Mas foi a sua atuação em obras sociais e religiosas que lhe trouxe a santidade. Teve uma vida de profunda espiritualidade, jamais se afastando das atividades apostólicas. É fruto do seu trabalho, a importância que o Concílio Vaticano II, cento e trinta anos após sua morte, decretou para o apostolado dos leigos, dando espaço para o trabalho deles junto às comunidades cristãs. Necessidade primeira deste novo milênio, onde a proliferação dos pobres e da miséria, infelizmente se faz cada vez mais presente.

Vicente defendia que todo cristão leigo, através do sacramento do batismo, tem o legítimo direito assim como a obrigação de trabalhar pela pregação da fé católica, da mesma forma que os sacerdotes. Esta ação de apostolado que os novos tempos exigiria de todos os católicos, foi sem dúvida seu carisma de inspiração visionária. Fundou, em 1835, a Obra do Apostolado Católico, que envolvia e preparava os leigos para promoverem as suas associações evangelizadoras e de caridade, orientados pelos religiosos das duas Congregações criadas por ele para esta finalidade, a dos Padres Palotinos e das Irmãs Palotinas.

Vicente Pallotti morreu em Roma, no dia 22 de janeiro 1850, aos cinquenta e cinco anos de idade. De saúde frágil, doou naquele inverno seu casaco a um pobre, adquirindo a doença que o vitimou. Assim sendo não pôde ver as duas famílias religiosas serem aprovadas pelo Vaticano, que devolvia as Regras indicando sempre algum erro. Com certeza um engano abençoado, pois a continuidade e a persistência destas Obras trouxeram o novo ânimo que a Igreja necessitava. Em 1904, foram reconhecidas pela Santa Sé, motivando o pedido de sua canonização.

O papa Pio XI o beatificou reconhecendo sua atuação de inspirado e “verdadeiro operário das missões”. Em 1963, as suas ideias e carisma espiritual foi plenamente reconhecido pelo papa João XXIII que proclamou Vicente Pallotti, Santo.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Franciscano do dia - 20/01 - Bem-aventurado Pedro Bonilli


Sacerdote Terciário Franciscano (1841-1935). Fundador das Irmãs da Sagrada Família. Beatificado por São João Paulo II em 24 de abril de 1988. 

Nasceu em São Lourenço de Trevi (Perusa) em 15 de março de 1841 e morreu em Espoleto em 5 de janeiro de 1935. De família com pequenas propriedades, foi o primeiro dos quatro irmãos. De um ambiente familiar favorável, teve uma mãe piedosíssima e sentiu logo a influência de um santo sacerdote no Colégio Lucarini, que foi seu orientador espiritual, D. Ludovico Pieri, chamado também de o “D. Bosco” de Trevi.

Em 1857 sentiu o chamado para a vocação sacerdotal, sendo ordenado presbítero em Terni e em 19 de dezembro de 1863 foi enviado como pároco a Cannaiola, uma região pobre, onde esteve 35 anos exercendo uma pastoral renovadora, altamente frutuosa, que culminou com a fundação da Congregação das Irmãs da Sagrada Família. Em Cannaiola reinava muita pobreza material e espiritual, como: a libertinagem, o jogo, a embriaguez.

Pedro se empenhou em alimentar seu povo com catequese e formação religiosa, servindo-se dos meios de comunicação social existentes, levando os leigos a assumirem o seu papel na Igreja. Via na família o renascimento da sociedade e da vida eclesial. “Ser família, dar família e construir família”, foi o seu programa.

Em 1898 deixou Cannaiola ao ser nomeado Cônego da Catedral de Espoleto e Reitor do Seminário, colocando a serviço dos futuros sacerdotes a sua riqueza espiritual e a vasta experiência adquirida nos largos anos de seu ministério pastoral. Em sua espiritualidade se destaca a grande difusão do culto à Sagrada Família, a qual a imitou com verdadeiro espírito franciscano na humildade e pobreza.

Em 5 de janeiro de 1935 terminou a sua jornada na terra, vindo a falecer aos 95 anos de idade, cuja vida foi consagrada ao serviço da formação do clero e na ajuda aos pobres.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Santa franciscana do dia - 19/01 - Santa Eustáquia Calafato de Messina





Virgem da Segunda Ordem (1434-1486). Fundadora do Mosteiro de Montevergine, tendo sido canonizada por São João Paulo II em 11 de junho de 1988. 


Nasceu em Messina em 25 de março de 1434. Aprendeu de sua mãe, fervorosa cristã e entusiasta do franciscanismo, as primeiras orações, o amor ao sacrifício, às boas obras e ao Crucificado. Foi discípula do Beato Mateus de Agrigento, de São Bernardino de Sena, de São João de Capistrano e de São Jaime da Marca, que se tornaram filhos de São Francisco, pela observância da Regra e foram artífices do “século de ouro do franciscanismo”.

Em 1444 seu pai lhe prometeu em matrimônio a um viúvo de idade avançada, que veio morrer logo antes de se realizar o projeto. Entretanto, o Esposo Celestial a atraía fortemente a si, e ela, fortalecida pela oração e penitência, decidiu deixar o mundo para consagrar-se inteiramente ao Senhor na vida religiosa. Em 1449, superadas as fortes resistências de seus familiares, foi admitida entre as clarissas de Santa Maria de Basicó, em Messina. Desde noviça, se distinguiu por grandes qualidades.

Para guiar a comunidade a uma autêntica observância da regra, decidiu fundar um novo mosteiro. Com a ajuda de seus familiares e de benfeitores de Montevergine, próximo à Messina, realizou a fundação acompanhada de um bom número de jovens decididas a ingressar na Vida Religiosa. Ao começar a nova fundação se pôs em sintonia com a reforma para o retorno às fontes do franciscanismo, iniciada por São Bernardino de Sena, depois por Santa Coleta, São Pedro de Alcântara e Santa Teresa d’Ávila.

Permaneceu abadessa e mãe de suas coirmãs até a sua morte, podendo dar uma fisionomia autêntica franciscana à nova fundação. Dirigiu a comunidade na perfeição da caridade, com prudência, solicitude e bondade. Com exemplo e exortações motivava a todas ao amor à cruz, à pobreza e à perfeição seráfica.

Messina estava entusiasmada com sua Santa e com o Mosteiro de Montevergine, jardim de santidade e perfeição, dos singulares carismas, das curas com que Jesus havia exaltado sua esposa fiel. Faleceu no dia 20 de janeiro de 1485.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Papa Francisco na audiência - "Diante da morte, a esperança da vida eterna"



Cidade do Vaticano (RV) – “Jonas, a esperança e a oração”: este foi o tema da catequese feita pelo Papa aos fiéis em seu encontro nesta quarta-feira (18/01), para a audiência geral. 

Francisco se concentrou de modo mais concreto na nossa decisão de nos pormos em oração movidos pela esperança no perdão de Deus e mencionou a parábola do Profeta Jonas, em cuja vida esta relação ficou bem clara.

Jonas é um profeta ‘em saída’, ‘em fuga’, disse o Papa, um profeta que Deus enviou ‘à periferia’, em Nínive, para converter os moradores daquela grande cidade...  Mas o profeta não quis ir: Nínive fez demasiado mal ao seu povo, para Jonas conseguir desejar-lhe a salvação. Então o profeta toma uma nave, com o propósito de seguir na direção oposta de Nínive. 

“Durante sua fuga, o profeta entra em contato com os pagãos, os marinheiros do navio, para se afastar de Deus e de sua missão. E é justamente o comportamento destes homens que nos faz hoje refletir sobre a esperança que, diante do perigo e da morte, se expressa em oração”. 
Uma grande tempestade ameaça afundar a nave; sobre ela, desesperados, todos começam a rezar cada um ao seu próprio deus para que os salve. Todos não! Jonas dorme no porão. O comandante o acorda dizendo -lhe: “Invoca o teu Deus, a ver se por acaso se lembra de nós e nos livra da morte”. 

Nestas palavras – explicou o Pontífice – transparece toda a esperança do ser humano na sua impotência face a um perigo mortal. É a esperança que se faz oração, uma súplica cheia de angústia que sobe dos lábios humanos em perigo iminente de morte. 

O fato destas palavras saírem da boca de “pagãos”, como era o comandante da nave, só confirma como a necessidade de o fazer seja intuitiva e generalizada na alma humana. O pavor instintivo de morrer revela a necessidade de esperar no Deus da vida. 

“Muitas vezes, facilmente, nós não nos dirigimos a Deus no momento da necessidade por considerarmos uma oração interesseira e imperfeita. Deus, no entanto, conhece as nossas fraquezas, sabe que nós nos recordamos Dele para pedir ajuda, e com o sorriso indulgente de um pai, responde positivamente”. 

“Quando Jonas, reconhecendo as próprias responsabilidades, se joga no mar para salvar seus companheiros de travessia, a tempestade se calma. Aceitando sacrificar-se por eles, Jonas agora conduz os sobreviventes ao reconhecimento do verdadeiro Senhor”. 

E a oração ditada pela esperança surtiu efeito, Deus realizou quanto esperavam e pediam: a nave foi salva, o profeta aprendeu a obedecer e Deus perdoou à cidade arrependida.

O Papa concluiu a reflexão afirmando que sob a misericórdia divina, e ainda mais, à luz do mistério pascal, a morte pode se tornar, como o foi para São Francisco de Assis, “nossa irmã morte” e representar, para cada homem e para cada um de nós, a surpreendente ocasião para conhecer a esperança e encontrar o Senhor.  

Fonte: http://br.radiovaticana.va/

Franciscano do dia - 18/01 - Bem-aventurado Manuel Domingo e Sol


Sacerdote da Ordem Franciscana Secular (1836-1909). Fundador dos Sacerdotes Operários do Sagrado Coração de Jesus. Foi beatificado por São João Paulo II em 29 de março de 1987. 

Nascido em Tortosa (Tarragona, Espanha) em 1º de abril de 1836 em um período de intensas lutas políticas e anticlericais; de seus pais, aprendeu o amor à Eucaristia e aos pobres. Entrou no seminário aos 15 anos e foi ordenado sacerdote em 2 de junho de 1860. Pároco por 2 anos, se dedicou à catequese e à pregação.

A pedido de seu bispo, se doutorou em Teologia na Universidade de Valença. Trabalhou em prol da juventude e na educação religiosa nas escolas; foi diretor espiritual de inúmeras pessoas; fundou a Juventude Católica; promoveu o culto eucarístico, teve especial cuidado para com os pobres. Expressão de sua profunda humanidade e zelo sacerdotal são as 4630 cartas suas conservadas ainda hoje. Seu encontro com Ramon Velero deu impulso à sua atividade eucarística, as vocações eclesiásticas, para as quais viu a necessidade de providenciar uma sede adequada.

Fundou diversos colégios na Espanha e Portugal, um colégio espanhol em Roma. Para a direção dos seminários, movido pela inspiração sobrenatural, em 1881, fundou a Congregação dos Operários Diocesanos do Sagrado Coração. Foi especialmente amigo das clarissas. Morreu com a idade de 73 anos, cansado mais pelos trabalhos, que pela idade.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Franciscano do dia - 17/01 - Bem-aventurado José Nascimbeni


Sacerdote da Terceira Ordem (1851-1922). Fundador das Irmãzinhas da Sagrada Família. Foi beatificado por São João Paulo II em Verona, em 17 de abril de 1988. 

José Nascimbeni nasceu em Torri del Benaco (diocese e província de Verona) em 22 de março de 1851. Seu pai era carpinteiro e sua mãe dona de casa. Família modesta economicamente, mas muito religiosa.

Fez os estudos elementares em sua terra natal e depois continuou no Seminário diocesano, tendo sido ordenado sacerdote em 9 de agosto de 1874. Foi mestre e vigário cooperador em São Pedro de Lavagno, em seguida em Castelletto, onde veio a ser pároco. 

Durante 37 anos exerceu essa função, desempenhando uma intensa atividade pastoral e social, sobretudo em favor dos jovens, dos doentes e pobres. Teve um especial cuidado para com os enfermos, aos quais levava os sacramentos.
Durante a primeira guerra mundial se pôs a serviço de assistência aos soldados. Para atender às necessidades do povo pelas obras de caridade espiritual e corporal, fundou em 4 de novembro de 1892 as Irmãzinhas da Sagrada Família com a colaboração da serva de Deus, Maria Dominga Mantovani.

Em 31 de dezembro sofreu uma hemiplegia esquerda enquanto celebrava a Eucaristia, enfermidade esta que aceitou com paciência e fé até 21 de janeiro de 1922, quando veio a falecer. Tinha 71 anos de idade. Suas últimas palavras foram: “Viva a morte, porque é o princípio da vida”!

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

domingo, 15 de janeiro de 2017

Franciscano do dia - 15/01 - Beato Marcelo Espínola e Mestre


Cardeal-arcebispo de Sevilha, da Terceira Ordem (1835-1906). Foi co-fundador das Escravas do Divino Coração e beatificado por São João Paulo II em 29 de março de 1987. 

“O arcebispo mendigo” era assim chamado pelo seu amor franciscano à pobreza e pela caridade inesgotável para com os pobres. Nasceu de nobre família, em São Fernando. Seguiu os ensinamentos de seu pai, doutorando-se em jurisprudência. Em Huelva abriu um escritório para atender gratuitamente os pobres. Deixando a profissão de advogado, entrou no Seminário de Sevilha e recebeu a ordenação sacerdotal em 1864.

Como capelão e logo depois como pároco, demonstrou um grande zelo pastoral, dedicando-se maior parte do tempo no ministério da reconciliação. Foi nomeado em 1879, cônego da catedral de Sevilha e mais tarde bispo auxiliar da mesma arquidiocese. Promovido bispo de Coria-Cáceres em 1884, desenvolveu intenso apostolado, visitando as áreas mais pobres da Espanha.

Transferiu-se para a diocese de Málaga e dez anos mais tarde tornou-se arcebispo de Sevilha. Pio X o fez cardeal em 1905. Morreu em Sevilha aos 71 anos de idade. Distinguiu-se por seu zelo infatigável pela salvação das almas, espírito de oração, intensa mortificação e sua atitude paternal para com os sofredores e marginalizados.

De caráter sensível, humilde, alegre, foi um verdadeiro franciscano, profundo imitador de Cristo. Dele se pode dizer: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu, me enviou a anunciar aos pobres a boa nova, curar os corações aflitos” (Lc 4,18).

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

sábado, 14 de janeiro de 2017

Franciscano do dia - 14/01 - Beato Odorico de Pordenone


Sacerdote missionário da Primeira Ordem (1265-1331). Seu culto foi aprovado por Bento XIV em 2 de julho de 1775. 

Nascido em Villanova de Pordenone, Odorico foi um tipo de Marco Pólo, de hábito, viajando em benefício das almas. Antes de pedir permissão para ir ao Oriente como missionário, havia levado uma vida eremítica. Humilde e penitente, foi rigoroso e silencioso. Vestia uma túnica marrom, caminhava descalço e se alimentava de pão e água, preparado para a sua missão.

Sua viagem foi difícil e longa, durando 33 anos. Chegou na Armênia, atravessando a Pérsia e em Ormuz embarcou novamente para chegar na Índia. Ali conheceu as relíquias de quatro franciscanos martirizados. Finalmente chegou a Zaiton, no sul da China. Nesse lugar, Frei Odorico sentiu-se em casa. Fazia quase um século que os Irmãos Menores não tinham ido ao Oriente.

Odorico realizou mais de vinte mil batizados, porém, o velho arcebispo quis que o frade regressasse à Itália para contar ao Papa a situação do Oriente e para pedir novos missionários para a extensa diocese. Odorico se pôs a caminho por terra e em dois anos estava de regresso a Veneza, indo de imediato ao Papa am Avignon, mas em Pisa ficou doente gravemente.

No Convento de Pádua, falou ao seu confrade a respeito da sua viagem e as atividades dos missionários franciscanos no Extremo Oriente, que deveria ser dito ao Papa. Odorico veio a falecer no Convento de Udine, em 14 de janeiro de 1331, com 66 anos de idade. Outros franciscanos missionários partiram para Kambalik para prosseguir a obra apostólica iniciada e desenvolvida pelos invictos pioneiros do Evangelho.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Artigo - OFS: Para onde sopram os ventos (Continuação)


Por Frei Almir Guimarães

1. Para que o amanhã da Ordem Franciscana Secular tenha força e vigor será fundamental que as pessoas que nela ingressem tenham clareza a respeito de um chamamento, de uma vocação. Não se trata de inscrever-se numa pia associação de fiéis de boa vontade, apenas desejosos de rezar juntos. Trata-se de pessoas que, depois de um certo discernimento, chegaram à conclusão de que podem chegar a uma santidade de vida e dar uma colaboração efetiva à Igreja e ao mundo ingressando nas fileiras de uma fraternidade franciscana. De alguma forma, trata-se de uma consagração da vida a Deus e aos irmãos. São pessoas que experimentam o Evangelho como algo que tem que ser vivido em profundidade. Com sua opção e escolha “fazem diferença”.

2. Os que começam sua caminhada na OFS e nela progridem são pessoas que desejam iluminar a sua vida com a claridade do Evangelho. Leitura, meditação, jogo de movimento entre leitura das páginas, encontro com Cristo e a vida. Tais pessoas desejam ser discípulas e missionárias. O documento de Aparecida fala dos discípulos missionários: sentam-se à mesa ou aos pés do Mestre e estão sempre com a bagagem leve pronta para ir, para tornar a o amor amado. São pessoas que se deixaram fisgar pelo Evangelho. O amanhã da OFS tem que ser feito por contemplativos em ação. Os que nos vêm têm o direito de os perguntar: “O que vocês fazem?”

3. O amanhã da OFS é feito de pessoas muito conscientes de que morreram com Cristo em sua morte e com ele ressuscitaram na manhã de Páscoa. Renovam seu batismo, vivem intensamente as festividades pascais. Adentram-se no mistério pascal. Depois de um certo tempo de estudo e de discernimento fazem uma profissão que nada mais é do que uma retomada do batismo que receberam mas talvez sem dele terem consciência. Profissão livremente feita, compromisso, fidelidade à palavra dada, para sua santidade, serviço da Igreja.

4. A OFS terá futuro na medida em que se preocupar com o cultura do encontro: no seio da fraternidade, no ambiente paroquial (proximidade), com os diferentes, os vizinhos, pessoas de outros credos, encontro com os que mais sofrem. A vida dos franciscanos seculares é sala de encontros.

5. O amanhã da OFS será vigoroso precisamente na medida em que encontrarmos novo tônus para nossos encontros:

   • Reuniões mensais de alta qualidade, não longas, mas densas e que sejam, de fato, tonificantes.
   • Reuniões e encontros em que se haverá de discutir e estudar assuntos da atualidade, questões quentes e polêmicas, aprofundamento da fé. Precisamos ser cristãos adultos e não daqueles que se fanatizam por modismos.
   • Alguns de nossos encontros serão realizados com a presença de familiares. Pensamos em reuniões especiais, abertas, algumas vezes por ano.
   • Nossos encontros terão constantemente presença da fraternidade de JUFRA, sem o que, seremos rios paralelos que não se encontram.

6. Nossos eventos e encontros serão marcados por alegria que não quer dizer arruaça. A presença da música bela, de jovens que cantam é de suma importância. Um apostolado sempre válido é das pessoas que não ruminam ressentimentos e tristezas, mas se mostram contentes e alegres.

7. Não podemos imaginar o amanhã de nossos regionais sem sólidas lideranças. O líder é aquele que se impõe por seu exemplo, seu caráter, seu temperamento marcado pelo ânimo, pela confiança no amanhã, nos outros, na fraternidade. Nossos irmãos precisam frequentar cursos, assumir responsabilidades em diferentes níveis para poderem, na força do Espírito, levar a Ordem para paisagens novas.

8. O amanhã da OFS será risonho se for constituído de pessoas que alimentam e cultivam intimidade com o Senhor, isto é, pessoas que têm uma vida de oração pessoal, que adotam a prática da meditação frequente, da leitura dos santos místicos da Ordem como Boaventura e outros.

9. A OFS não se constitui como um grupo de casais ou de famílias. É aberta a todos: solteiros, casados, viúvos. Temos o direito de imaginar que as fraternidades de amanhã tenham um número razoável de casais. Estaremos assim dando nossa colaboração para formar Igrejas domésticas com as cores evangélico-franciscanas. Poucas espiritualidades são tão propícias para a formação de novas famílias em nossos tempos.

10. Na medida em que nossas fraternidades franciscanas seculares estiverem antenadas no ar do tempo, desejosas de maneira bem prática de dialogar com esse mundo terão chances de seres espaços buscados e apreciados. Em reuniões, encontros, os franciscanos seculares haverão de buscar refletir sobre certas sombras: indiferença, superficialidade, consumismo, relativismo, falta de cuidado com nossa casa comum, política, atenção especial a ser dada aos mais frágeis. Seremos um laicato profético, questionador, atuante. O lugar dos franciscanos seculares não é a sacristia, mas o mundo.

11. Fazemos agora um elenco de posturas evangélico-franciscanas que precisam estar estampadas na vida dos franciscanos seculares e que, automaticamente constituem propaganda vocacional e renovação das fraternidades:

postura de simplicidade;
sensibilidade para com o irmão (amar como uma mãe que ama seu filho);
não querer sobrepor-se aos outros;
não extinguir o Espírito;
trabalhar e a agir sem perder o espírito da santa oração;
ir pelo mundo e, ao mesmo tempo, ter saudade do eremo;
exercitar-se na práxis da desapropriação;
saber extasiar-se das coisas simples: a beleza de uma criança, o encanto da natureza e a delicadeza de um ninho de beija-flor;
saber levar as coisas ao fundo do coração como Maria;
aderir ao projeto pastoral do Papa Francisco, colocando-nos numa Igreja em saída.

Fonte: http://www.franciscanos.org.br/

Santo franciscano do dia - 13/01 - São Francisco de São Miguel



Mártir no Japão, religioso da Primeira Ordem (1543-1597). Canonizado por Pio IX em 8 de junho de 1862. 


Nasceu na Diocese de Palência, na Espanha, em 1543, de uma família profundamente religiosa. Desde pequeno se distinguiu pela piedade, modéstia, pureza e amor à oração.
Em 1556 vestiu o hábito de São Francisco, na Ordem dos Frades Menores. Em sua humildade preferiu ser irmão, feliz de poder se dedicar aos serviços da casa, exercendo-os com alegria.

Desejoso de maior austeridade, pediu para ser admitido na Província de São José, fundado pelo asceta São Pedro de Alcântara. Teve uma grande sede do martírio e de dedicar sua vida à obra da evangelização. Foi designado como companheiro de São Pedro Batista para a viagem ao México e Filipinas. Na sua última missão, mesmo não sendo sacerdote, recebeu a tarefa de pregar o evangelho na Província das Ilhas Canárias, onde pela palavra, confirmou grandes prodígios, desencadeando inúmeras conversões.

No Japão, trabalhou muito pela conversão dos japoneses. Em 9 de dezembro de 1596 foi detido em Osaka e mudado para Meaco, onde teve a sua orelha esquerda cortada. Junto com os seus companheiros em Nagasaki, foi crucificado. Tinha 54 anos de idade. A execução do martírio foi presenciado por inúmeros cristãos e marinheiros portugueses.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Artigo - OFS: Para onde sopram os ventos?


Por Frei Almir Guimarães

1. É curto o espaço entre nosso nascer e o fim de nossa aventura existencial. Tudo passa depressa. Passamos nós, passa o tempo, passam todas as coisas, passam as pessoas e passam as modas. A criança começa a caminhar, falar e viver. Vem o tempo da juventude, tempo dos projetos e depois das concretizações. Chega o tempo da maturidade. Todos sentimos que a vida vai se escoando por entre nossos dedos. Podemos viver por viver. Podemos simplesmente viver pelo fluir dos acontecimentos ou dar um sentido aos dias que se sucedem: casamento, família, trabalho profissional, cuidado pelos parentes mais próximos, educação dos filhos, saúde e doença, vida e morte. Entre o momento que não existíamos e aquele em que seremos levados ao cemitério ou ao crematório aconteceu a vida, a nossa vida, que ninguém pode viver em nosso lugar.

2. Somos católicos. Não queremos que o adjetivo “católico” seja para nós simplesmente um rótulo. Num determinado momento de nossa vida deixamos de viver uma fé herdada, apenas fé de costumes, devoções, ritos e encontramo-nos pessoalmente com Cristo vivo e ressuscitado. Houve uma iluminação em nossa vida. Fomos despertados e quisemos ser, de fato, cristãos, discípulos do Ressuscitado, no seio da Igreja. Vivenciamos como que uma saudade de Deus. E vivemos nossa fé no seio da Mãe Igreja. Procuramos nos interessar pelas coisas da fé e dar nossa colaboração às necessidades da Igreja. Começamos a ser “espetados” pela força nem sempre cômoda do Evangelho.

3. Aconteceu que, por diferentes circunstâncias, quisemos ou viemos fazer parte de uma família espiritual inspirada em Francisco e Clara de Assis, continuando a viver no meio das tarefas da vida e do mundo, não nos tornando religiosos e religiosas com votos. Como nasceu esse desejo de sermos franciscanos seculares? Cada um tem sua história e conhece sua biografia. Há pessoas acreditaram que essa espiritualidade as ajudaria a chegar a uma santidade de vida: “No seio da dita família ocupa posição específica a Ordem Franciscana Secular que se configura como uma união orgânica de todas as fraternidades católicas espalhadas pelo mundo e abertas a todos os grupos de fiéis. Nelas, os irmãos e irmãs, impulsionados pelo Espírito a atingir a perfeição da caridade no próprio estado secular, são empenhados pela Profissão a viver o Evangelho à maneira de São Francisco e mediante esta Regra aprovada pela Igreja” (Regra n.2). Um desejo de santidade, vontade de viver com outras pessoas, fazendo a experiência do “vede como eles se amam”. Houve um tempo de enamoramento, de formação e de assunção de um compromisso alegre, de uma profissão.

4. Regra, reuniões, reflexões, convivência fraterna, tarefas ad intra e ad extra foram alimentando nosso projeto humano, cristão e franciscano. Por detrás de tudo o que foi e vai tecendo nossa vida franciscana está uma presença importante fundamental: o Cristo vivo e ressuscitado. Vivemos em sua presença. Contemplamos seu amor na cruz olhando com Francisco e Clara o crucificado que pede aos dois que restaurem a Igreja com sua vida, Cristo vivo no rosto dos mais desgraçadas como os leprosos, presente no seio da fraternidade. No seio da Ordem queremos ser discípulos do Cristo vivo e ressuscitado. O amanhã da Ordem passa por uma purificação de nossa colocação diante de um Jesus vivo e presente.

5. O amanhã da Ordem Franciscana Secular não acontece com mudanças organizacionais. Depende, antes de tudo, da transformação do coração de cada irmão. Em nossas fraternidades locais somos convocados a viver em estado de conversão, de penitência, de transformação. O amanhã da OFS será viçoso se os irmãos e irmãs forem capazes de alimentar a conversão segundo as orientações do Sermão da Montanha (Mt 5, 1-12). Como se opera e se alimenta a conversão? Vivendo verdade para consigo mesmo, leitura do Evangelho, meditação, retiros, constantes revisões de vida, compreensão nova do sacramento da penitência ou da confissão.

6. Trata-se de um propósito de sair da mediocridade e da superficialidade. Para que nos próximos tempos a OFS tenha significação importante que seus membros tendam explicitamente para a santidade, sem “carolice”. Trata-se de fugir de toda vivência cristã epidérmica, sem profundidade, rotina. Importante o estudo, a leitura espiritual, o abeirar-se das fontes, principalmente dos escritos de São Francisco.

7. A palavra fraternidade é mágica. Não se pode imaginar o amanhã dos franciscanos seculares sem nítidas expressões de estima e de bem-querer. Pensamos aqui na qualidade humana e cristã de nossas fraternidades. As reuniões dos irmãos, mormente a reunião geral, constituem sacramento da fraternidade. O amanhã da OFS depende de vigorosas fraternidades marcadas pela presença de irmãos com espírito de fé. Não se trata apenas de uma mera simpatia, mas da convivência, anos a fio, com irmãos e irmãs que aprendemos a estimar e com os quais fazemos a experiência do “vede como se amam”. A OFS do amanhã será feita na medida em que tivermos reuniões “suculentas”, bem preparadas, bem participadas. Nossos encontros deixarão sempre o gosto de “quero mais”. Vivemos tempos de individualismo, violência e indiferença. A OFS é de amanhã viverá inteiramente a fraternidade-serviço no seio dos irmãos e para fora. Nossa vida fraterna e nossa abrangente compreensão do fraternismo constituem um antídoto do mundo que nos cerca.

8. Vivemos um mundo plural, de questionamentos, de dilaceramentos, perplexidades. As fraternidades OFS serão lugares para discussão dos grandes temas da fé e do mundo. Isso se concretizará em dias de estudo, tardes de mesas redondas, leitura de obras que formem os irmãos para sua ação no mundo e na pastoral.

Continua amanhã…

Santo franciscano do dia - 12/01 - São Bernardo de Corleone


Religioso da Primeira Ordem (1605-1667). Beatificado por Clemente XII no dia 15 de março de 1768 (Decreto de canonização julho 1/2000). 

Bernardo nasceu na pequena cidade de Corleone, na Sicília, Itália, aos 6 de fevereiro de 1605 e recebeu o nome de Filipe Latino ao ser batizado. Seus pais tinham cinco filhos, e eram bastante respeitados por todos, pelos princípios rígidos morais e de cristandade, com um dos filhos sacerdote. 

Consta que seu pai era um sapateiro e curtidor de peles, muito justo, bondoso e caridoso, que acolhia em sua casa os necessitados, dando-lhes condições de banharem-se para depois alimentá-los e vesti-los. Foi nesse ambiente que o jovem Filipe, alto forte e de caráter violento, amante das lutas e armas, se desenvolveu.


Certo dia, ele foi provocado por um rapaz e num momento de ira, bruscamente com a espada arrancou o braço do agressor. Nesse momento, nasceu um novo homem que arrependido pediu perdão ao rapaz, atitude que foi aceita. Depois disso, os dois se tornaram amigos. Desde então modificou sua personalidade encontrando na vida religiosa sua verdadeira vocação, conforme a vontade de Deus, como disse até o momento de sua morte.

Ele deixou sua cidade natal e ingressou para o noviciado no convento de Caltanissetta em Palermo. Alí abraçou plenamente seu novo caminho tornando-se irmão leigo da Ordem terceira dos frades menores capuchinhos, no dia 13 de dezembro de 1631, adotando o nome de frei Bernardo.

Trabalhando como cozinheiro, viveu no mosteiro uma existência simples e humilde. Mas além dessa função, Bernardo se dedicava aos doentes como enfermeiro e tratava inclusive dos animais enfermos, pois na sua época eles eram muito úteis para a sobrevivência das famílias. Bernardo enriquecia ainda mais sua vida espiritual, fazendo penitências, mortificações e longos períodos de orações para o bem da comunidade, demonstrando assim sua personalidade forte, agora impregnada de um profundo amor por toda a humanidade.

Ele desenvolveu, uma forte paixão pela Eucaristia, que recebia todos dias. Quando se encontrava diante do Sacrário, concentrado em oração, o tempo, para ele, deixava de existir e não raro as pessoas se comoviam com a pureza de sua atitude. Além disso, ajudava o sacristão em suas tarefas diárias, para ficar ainda mais perto de Jesus Eucarístico.

Bernardo era muito solidário com seus companheiros frades e com toda a comunidade. Assim, quando ocorria uma catástrofe na cidade, como um terremoto ou furacão, típicos da região, Bernardo ajoelhava-se orando em penitência diante do Sacrário dizendo essas palavras: “Senhor, desejo essa graça!”. O resultado sempre era favorável, pois as calamidades cessavam, poupando uma desgraça maior.

A sua simplicidade se assemelhava aos primeiros e genuínos capuchinhos, nostálgico das origens e fascinado pela experiência da vida de ermitão. Um grande júbilo acompanhava esta sua devoção mariana, cheia de calor, fantasia e festividade, de fato contagiante. O seu amor a Nossa Senhora era incontestável e sublime.

Bernardo, comovia não só por sua extraordinária penitência. Mas porque tinha grande delicadeza e doçura na atenção para com os outros, uma alegria e plenitude de vida que impressionava. Aos frades forasteiros fazia festa, para os pobres estava sempre disponível e para os doentes tinha um coração materno. Assistir-lhes e servir-lhes era a sua felicidade.

Após trinta e cinco anos de vida religiosa, faleceu no dia 12 de janeiro de 1667, em Palermo, onde seus restos mortais repousam na igreja dos Capuchinhos, dessa cidade na Sicília, Itália. Tinha 62 anos de idade. O Papa Clemente XIII o elevou ao altar da Igreja como Beato em 1768. Mais tarde, o Papa João Paulo II declarou Santo Frei Bernardo de Corleone em 2001.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.