sábado, 2 de abril de 2016
Franciscano do dia - 02/04 - Bem-aventurado Leopoldo de Gaiche
Sacerdote da Primeira Ordem (1732-1815). Beatificado por Leão XIII no dia 12 de março de 1893.
O Beato Leopoldo nasceu em Gaiche, na diocese de Perusa, sendo filho de pais humildes, e foi batizado com o nome de João. Um sacerdote vizinho ajudou-o a educar-se, e em 1751, aos 18 anos, recebeu o hábito de franciscano no convento de Cibotola, adotando o nome de Leopoldo.
Depois da ordenação sacerdotal, em 1757, foi enviado a pregar cursos de sermões quaresmais que logo o tornaram famoso. Como resultado de sua eloqüência e seu fervor, ocorreram numerosas conversões, os inimigos se reconciliaram e os penitentes assediavam seu confessionário. Durante 10 anos, desde 1786, quando foi nomeado missionário pontifício dos Estados da Igreja, pregou missões em diversas dioceses, e mesmo depois de se tornar ministro provincial continuou seu labor apostólico.
Inflamado pelo exemplo do Beato Tomás de Cori e de S. Leonardo de Porto Maurício, ansiava por encontrar uma casa onde os missionários e pregadores pudessem se recolher para seu retiro anual e onde outros irmãos e amigos da Ordem pudessem se revigorar espiritualmente. Contudo, teve de superar muitas dificuldades e sofrer muitos dissabores, antes que pudesse realizar seu desejo, em uma colina solitária de Monte Luco, perto de Espoleta.
Quando, em 1808, Napoleão invadiu Roma e prendeu o Papa Pio VII, as casas religiosas foram fechadas e seus ocupantes expulsos. O Beato Leopaldo, venerável ancião de 77 anos, foi obrigado a abandonar seu querido convento e viver com três de seus irmãos em uma miserável choupana em Espoleto. Durante esse tempo, serviu como auxiliar de um pároco local, mas em seguida assumiu o encargo de uma paróquia inteira; cujo pastor fora expulso pelos franceses. Depois, foi preso também, por se recusar a prestar um juramento que ele considerava ilegítimo. Mas seu confinamento teve curta duração, porque em breve o encontramos mais uma vez pregando santas missões. Sua fama cresceu graças a seus dons proféticos e a fenômenos estranhos que o acompanhavam; por exemplo, quando pregava, os ouvintes tinham a impressão de que sua cabeça estava coroada de espinhos.
Depois da queda de Napoleão, o Beato Leopoldo apressou-se em voltar a Monte Luco, onde procurou fazer com que as coisas voltassem ao que eram antes, mas viveu apenas mais alguns meses, morrendo a 15 de abril de 1815, aos 83 anos de idade. As notícias dos numerosos milagres operados junto a seu túmulo motivaram a rápida introdução do processo de beatificação que se concluiu favoravelmente em 1893.
Os documentos impressos em vista do processo de beatificação nos fornecem abundante informação; e há a vida escrita por Fr. M. Antônio da Vicenza. Vejam-se também Kempf, Holiness 01 the Church in the Nineteenth Ceniurp, p. 95-96, e Seebõck, Die Herrlichkeit der Katholischen Kirche, p. 212-213.
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