quinta-feira, 6 de abril de 2017

Via-Sacra no Devocionário franciscano.

  


Canto inicial: Salve, ó Cristo (n.11 do Devocionário Franciscano)

D. Irmãos, a exemplo de São Francisco, nós meditaremos a Paixão de Jesus Cristo, nosso Salvador e irmão, que no seu amor nos tornou filhos de Deus. Que ao meditarmos sua Paixão, descubramos que nosso caminho é o do amor que dá a vida por seu irmão.

1ª Estação - Jesus é preso e entregue à multidão



D. Depois de preso, Jesus foi levado a Pilatos. Tendo-o recebido, não encontra nele culpa alguma. Lavando suas mãos, entregou-o à multidão. A multidão impaciente quer um espetáculo:

T. Crucifica-o! Crucifica-o!

D. O justo foi condenado; o criminoso foi solto. Ele veio para os seus,

T. Mas os seus não o receberam.

D. Nosso irmão é condenado pelo egoísmo, pela omissão, pela palavra que não constrói a fraternidade.

T. Senhor,/ajudai-nos a reconhecer o vosso rosto desfigurado/ no rosto de todos os irmãos. Onde houver ódio, / levemos o amor.



2ª Estação - Jesus Carrega a Cruz.

D. Coroado de espinhos, o rosto escarrado, sob a zombaria dos soldados, Jesus inicia, com a cruz às costas, o caminho do Calvário.

T. Suas mãos não se cansaram de fazer o bem. Aliviou o peso dos ombros dos homens. Os homens não o reconheceram. Deram-lhe um presente injusto e cruel: a cruz.

D. Perguntarão, então, a Jesus: “Senhor, quando foi que te vimos com fome, sede, peregrino, nu, enfermo, na prisão e não te fomos visitar?” Responderá ele: “Todas as vezes que deixastes de fazer isto a um desses pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer.
T. Senhor, / que nossas mãos sirvam para aliviar o peso dos ombros dos homens, / para construir um mundo de amor. Fazei-nos instrumentos de vossa paz.


3ª estação- Jesus cai pela primeira vez

D. Carregando o madeiro, cambaleando de fraqueza, Jesus cai por terra!

T. Ele deu olhos aos cegos, / ouvidos aos surdos, / pernas aos que estavam caídos. Sua luz tinha brilhado para todos, / mas as trevas não o compreenderam.
D. Embora o peso da cruz fosse do tamanho dos sofrimentos dos homens de todos os tempos, Jesus levanta-se e prossegue seu caminho.

T. Senhor, / em nossa caminhada para a ressurreição, / também caímos. Nossos irmãos também caem. Dai-nos forças para levantar / e prosseguir no caminho que nos leva ao Pai. Onde houver desespero, / levemos a esperança.


4ª estação- Jesus encontra-se com sua Mãe.

D. Mãe e Filho se encontram. Jesus contempla-a: é sua Mãe. Quanta recordação para quem ama! Ela estivera presente em toda a sua vida. Não podia agora faltar.

T. Mãe e Filho caminham para o martírio. Mãe e Filho caminham para o tempo novo. Mãe e Filho caminham para o tempo do amor. Mãe e Filho caminham para a ressurreição.

D. Na estrada da vida, nós nos encontramos com gente que amamos, com gente que nos ama. Mas nossa caminhada para o Cristo não pode parar. “Quem amar o pai ou a mãe, o filho ou a filha, o amigo ou o vizinho mais do que a mim, não é digno de mim”.

T. Senhor, / fazei crescer em nós o espírito de união fraterna, / de serviço e de amizade. O nosso encontro com os outros seja de disposição, / doação e partilha. Onde houver discórdia, / levemos a união.  

5ª Estação - Simão Cireneu ajuda Jesus a carregar a Cruz

D. Simão Cireneu voltava de seu trabalho. Embora cansado, fez-se participante do caminho da Redenção.

T. O Senhor da vida, / o criador de todas as coisas, / precisa da ajuda de um irmão. Precisa de seu tempo. Precisa de suas mãos e de seus ombros.

D. No caminho da vida e da fraternidade, não se anda só. O caminho da cruz e da ressurreição deve ser compartilhado. “Quem diz amar a Deus, mas não ama seu irmão, é mentiroso”.

T. Senhor, / muitas vezes não temos tempo para repartir com nossos irmãos. Deixamos que cada um carregue sua cruz. Onde houver tristeza, / levemos alegria.

6ª estação - Verônica enxuga o rosto de Jesus

D. A face de Deus tinha se transformado com a maldade dos homens. A bondade que ele externara a todos, tinha sido esquecida. No caminho do Calvário, ele é criminoso e deve morrer!

T. Verônica, / a mulher corajosa, / não tem medo de demonstrar sua piedade. Ela quer ver melhor a Deus. Por isso enxuga sua face.

D. O Senhor da face oculta é desvendado nos gestos pequenos. Ele se mostra na bondade e na misericórdia, na ternura e no perdão.

T. Senhor, / pedimos perdão para nosso coração atravancado: / poucos encontram nele a grandeza do amor, / a alegria da dedicação, / a docilidade de quem está pronto para se inclinar. E é assim que mais ocultamos a face viva do nosso Deus. Onde houver trevas, / levemos a luz.

7ª estação - Jesus cai pela segunda vez

D. Jesus tinha novamente a cruz sobre seus ombros. Por isso podia cair uma segunda vez.

T. Todos experimentamos as quedas contínuas. Jesus as assumiu todas. Quer que tenhamos a coragem de nos levantar sempre de novo.

D. O caminho da cruz de cada dia é duro e penoso. São setenta e sete vezes que caímos. Mesmo assim, a cruz não pode ser abandonada.

T. Senhor, / muitas vezes nossa cruz não é carregada com amor. Gostaríamos que ela não existisse. Coragem vos pedimos, Senhor, / na caminhada para a ressurreição. Onde houver dúvidas, / levemos a fé.

Canto: “Eu me entrego, Senhor” (n.10 do Devocionário Franciscano)

8ª Estação - Jesus conversa com as piedosas mulheres

D. Em sua conversa, Jesus exorta. Tem ainda palavras de amor e de afabilidade. Manifesta seu sofrimento: “Não choreis sobre mim, mas sobre vós e vossos filhos”.

T. Somos os homens do diálogo com Deus. Na noite escura é preciso procurar o Senhor. Suas palavras são espírito e vida.

D. Muitos homens são piedosos, mas sua piedade não é fruto do amor. Muitos homens se dizem irmãos, mas não conhecem a generosidade e o perdão.

T. Senhor, / vossa paixão nos convida a viver uma vida nova, / uma vida de encontro. Onde houver erros, / levemos a verdade.

9ª Estação - Jesus cai pela terceira vez.


D. Mais uma queda. Corre o sangue. Como um cordeiro inocente, perde lentamente suas forças.

T. O Deus feito homem, / o Deus feito comunicação, / sofre o desamparo e a solidão.

D. Nós nos tornamos irmãos na medida em que nos amamos. O amor não abandona a ninguém. O amor acolhe a todos.

T. Senhor, / auxiliai-nos. Nunca abandonemos nossos irmãos. Neles nós vos encontramos. Onde houver desespero, / levemos a esperança.

10ª Estação - Jesus é despojado de suas vestes.


D. O Deus que nascera pobre, pobre chega ao fim. O Rei da Criação é desfigurado, é ultrajado. Tratam-no como objeto, como coisa.

T. O Senhor, / antes de morrer, / perdeu tudo: / perdeu nome, honra e fama. Despojam-no de tudo.

D. É fácil destruir um irmão. Difícil é construir a fraternidade. É fácil tirar do irmão o pouco que tem. Difícil é faze-o desabrochar para a vida.

T. Senhor, / que nós saibamos perder a grandeza, o egoísmo, / para que vosso Reino de amor se estabeleça sobre a terra. Queremos amar mais que ser amados.

11ª estação - Jesus é pregado na Cruz


D. Aos poucos o tormento chega ao fim. É sua hora: hora de entrega, hora de consumação. Ele obedece.

T. A zombaria dos inimigos se ergue. Para quem ama, / é hora de confusão.

D. No caminho do amor, todos temos que morrer. Temos que pregar na cruz tudo aquilo que não dá vida aos outros.

T. Senhor, / que nós sejamos como a semente. Colocada na terra, / germine, / cresça e dê frutos. É dando que se recebe, / é perdoando que se é perdoado.

12ª Estação - Jesus morre na cruz.


D. A cruz se levanta; a vida foge. Nas mãos do Pai entrega seu espírito: “Tudo está consumado!”

T. Não há maior amor / que aquele que dá a vida por seus amigos.

(pequeno silêncio)

D. A morte de Cristo nos dá a vida. “Morrendo com ele, com ele ressuscitaremos”.

T. Senhor, / vossa cruz nos acompanha. Não ressuscitaremos se nela não formos pregados. É morrendo que se vive para a vida eterna.

13ª Estação - Maria acolhe o corpo de Jesus.

D. Maria tinha sido a escolhida por Deus para ser a Mãe do Salvador. No Calvário, mais uma vez, acolhe seu Filho como na Encarnação.

T. Somos o templo vivo de Deus. “Quem me acolhe, / recebe aquele que me enviou”.

D. Maria deu Jesus ao mundo. Recebeu-o em seus braços para que pudesse doa-lo constantemente após sua ressurreição.

T. Maria, / que nós possamos ser a tua imagem. Tua dedicação nos ensine a fidelidade ao amor. Procuremos mais consolar / que ser consolados.

14ª Estação - Jesus é posto no túmulo

D. Jesus é a semente! Jesus é a vida que brota!

T. Senhor, / nossa vida também se renove: / cresça na compreensão e no serviço, / seja eterna ressurreição. Procuremos mais compreender que ser compreendidos.



ORAÇÃO FINAL

D. Deus de bondade, meditando a paixão de vosso Filho, compreendemos mais a grandeza de sua dedicação, o amor sem limites que se entregou por nós. Fazei que, unidos na caridade, estejamos sempre mais unidos a vós, que sois Deus e viveis e renais com o Filho, na unidade do Espírito Santo.

T. Amém

Canto: Vitória (n.12) ou Da Bendita Cruz (n.13) ou Bendita e louvada seja (n. 14) ou Vinde, vinde todos (n.15), do “Devocionário Franciscano”.


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