Misericórdia não é uma virtude apenas para ser celebrada
Reflexão de Frei Vitório Mazzuco Filho.
Francisco, por não ter palavras diante desta Misericórdia Encarnada, busca a inspiração no salmista para compor seu Ofício da Paixão e nele exalta o Deus misericordioso:
“ Naquele dia, o Senhor enviou sua misericórdia e de noite seu cântico “ Sl 41,9 (OP 5,5)
“Os que me afligem exultarão, se eu for derrubado, eu, porém, esperei em vossa misericórdia!” Sl 12,6 ( OP 4,5)
“Atendei-me, Senhor, pois vossa misericórdia é benigna, olhai para mim segundo a grandeza de vossa comiseração” Sl 68,17 (OP 7).
“A vós, salmodiarei, ó meu auxílio, pois sois o Deus que me acolhe, meu Deus, minha misericórdia!” Sl 58,18 ( OP 9)
“ Porque engrandecida foi a vossa misericórdia até aos céus e a vossa verdade até as nuvens!” Sl 56,11 (OP 11)
A exaltação da Misericórdia de nosso Deus em Francisco, em todos os místicos, santos, textos e cultos é exaltação de uma virtude moral; uma postura nobre de quem compreende o sofrimento, a dor, a infidelidade, as fragilidades de outrem e assume como própria. É o “sofrer com” e o “sofrer como” através de um vínculo afetivo e de um comprometimento. A identificação é psicológica, espiritual e social. Os males de outrem são a minha experiência de compaixão. Por isso, Francisco, em seu Testamento, diz: “eu fiz, eu tive misericórdia com eles”. É o ponto de partida para a prática. A misericórdia não é uma bela virtude apenas para ser celebrada, como de praxe se faz; mas é para ser praticada! Benevolência, benignidade, beneficência, solicitude são expressões que povoam as Fontes Franciscanas. A partir do amor que se transforma em caridade e solidariedade procura-se sanar uma miséria real.
Continua
Fonte : http://carismafranciscano.blogspot.com.br/
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