sábado, 12 de novembro de 2016

Franciscano do dia - 12/11 - Bem-aventurado João da Paz


Ermitão da Terceira Ordem (1270-1340). Aprovou seu culto Pio IX no dia 10 de de 1857.
  
De João da Paz conservam-se notas biográficas em três dísticos colocados no seu túmulo. Neles se afirma em resumo que era de nobre estirpe, que viveu inicialmente como eremita numa mata solitária, mas depois, por amor de Deus, voltou à sua cidade natal e aí construiu uma igreja dedicada à Santíssima Trindade e um oratório a São João Evangelista.

Nasceu em Pisa, em 1270, mais ou menos. Recebeu o apelido “da Paz” por ter vivido muito tempo num eremitério situado junto de uma porta da cidade chamada “porta da paz”. Teve na juventude uma educação e formação verdadeiramente cristã. Não admira por isso que o seu nome figure entre os primeiros cristãos de Pisa que abraçaram a ordem terceira da penitência, recentemente instituída pelo pobrezinho para santificação dos simples fiéis.

Antes de se fazer terceiro franciscano tinha sido soldado da república de Pisa. Entretanto, iluminado pela graça, foi refletindo sobre seu modo de vida militar, que não lhe pareceu consentâneo com o espírito do Evangelho. Por isso decidiu separar-se do mundo e seguir Jesus mais de perto, pelos caminhos da penitência. Contava com 35 anos quando trocou a vida militar pela de terceiro franciscano.

Propôs-se reativar “A Pia Casa da Misericórdia”, com o fim de aliviar os sofrimentos dos pobres, dar abrigos a peregrinos e dedicar-se a outras obras de caridade. Mas não se limitou a isso, até porque o seu ideal e a sua grande aspiração era a vida eremítica. Nesse intuito construiu uma cela junto à porta da paz, e aí se dedicou à penitência e a oração, a fim de alcançar de Deus o perdão para as próprias culpas e implorar para os seus compatriotas, frequentemente vítimas de sangrentas lutas, anelada paz. Durante vários anos João fez brilhar a cidade de Pisa com o esplendor das suas virtudes, e o seu nome andava na boca de toda a gente, para quem ele se mostrava sempre afável e carinhoso, desfazendo-se para bem de todos.

Deus fez dele pai espiritual de numerosos discípulos que lhe seguiram o exemplo e se vieram a chamar os “eremitas terceiros franciscanos”. Foi a eles que em 1330 o arcebispo de Pisa entregou o eremitério de Santa Maria da Sambuca, que sob a sua direção veio a produzir belos frutos de santidade. Aí deixou João um grupo dos seus eremitas, enquanto ele voltou para o seu oratório da porta da paz, onde passou o resto dos seus dias numa vida mais celestial do que terrena.

Ao atingir a idade de 70 anos, consumidos pela vida austera a que se sujeitara, preparou-se para a morte, que o veio acolher como terna irmã, a 13 de novembro de 1340.

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